sexta-feira, 5 de julho de 2013

Não te encontrei sobre a Pont des Arts

Nos encontraremos? De fato nos encontraremos em alguma encruzilhada deste labirinto traiçoeiro, que nos separa sem nos darmos conta e que maximiza a distância aparente que, aparentemente, não existe?

Não sei te responder. A cada encontro casual – falsamente casual – que temos, temo não conseguir reunir as forças necessárias para subir a ponte e dar-te o braço para que a cruzemos juntos. Não sei lidar com a casualidade, mesmo quando, por casualidade, ela resolva vestir a minha camisa e te colocar uma vez mais no meu caminho.

Há algo ainda não identificável em você que entorpece minha mente no momento em que ela se encontra mais acalmada. Que transforma minha caixa torácica em um chocalho que faz ruídos descompassados como se estivesse nas mãos de uma criança feliz em uma manhã de sol. Que me comprime os brônquios e permite apenas que o ar tragado de maneira ofegante atinja os pulmões para os respectivos fins de trocas gasosas.

Tento, todos os dias, bolar novas estratégias para que tenhamos encontros casuais. Todos, um, outro e mais um outro, fracassam. Mas há algo em você que não me deixa desanimar e renova as esperanças de que, tarde ou mais tarde ainda, nos encontraremos de maneira não casual.

Até lá, continuarei escrevendo palavras desajeitadas sobre o papel pautado e pressionando o tubo de pasta de dente de baixo para cima.

Um comentário:

Felipe Ernesto disse...

Olá Felipe. Sou seu xará e criador do site Vila do Chaves (www.viladochaves.com). Nos últimos dia tive a idéia de criar uma nova seção no site que explicasse algumas piadas sem sentido nos episódios de Chaves. Até que, fuçando pelo Google, encontrei teu blog e achei as suas explicações muito interessantes e bem complexas. Gostaria de pedir sua autorização para reproduzir algumas das suas postagens no Vila do Chaves, claro, com os devidos créditos. Meu e-mail é montsf1@hotmail.com. Grande abraço!