Falavam que eu estava me fazendo de difícil. Que não
custaria nada te dar um voto de confiança, acreditar que as coisas desta vez
seriam diferentes – diferentes de todos os fracassos de tempos atrás, com
pessoas cujo nome hoje sequer me lembro. Não era isso. Nada contra você,
repito.
Até para provar para mim mesmo que não era você quem eu
queria, aceitei te conhecer melhor. Saber um pouco mais de onde você era, o que
havia feito até então... e confesso, acabei gostando um tantinho de você. Já
conhecia um pouco da tua cidade, das tuas manias, dos teus costumes, da tua
cultura, do teu sotaque. Poderíamos ser bons amigos, nos dar bem até onde o
tempo permitisse. Por que não?
Mas com o passar do tempo, oh! Dia após dia você foi me
conquistando. Gostava de te ver, gostava da tua roupa, que combinava
perfeitamente com você dia após dia. Gostava da tua simpatia, dos teus gestos,
das tuas artes, dos teus êxitos, do teu humor peculiar, da maneira que você me
entendia quando eu te falava. E, eu sei, eu era quem melhor te entendia. Deixei
que isso preenchesse todos os vazios da minha vida.
Acompanhei de perto a tua escalada, a tua evolução. Você,
uma pessoa totalmente desconhecida quando chegou, desbravou terras para
conquistar teu espaço. Venceu, me encheu de orgulho. E que orgulho eu tinha de
saber que havia uma parte de mim em todos os teus triunfos. Sei que o mundo já
não me aguentava mais falando única e exclusivamente de você.
Hoje é difícil especificar um momento, mas sei que foi rápido
que comecei a... te amar? Sim, foi isso. A palavra era forte, mas eu não tinha
dúvida disso. Era real o que eu sentia. E tive total certeza disso quando você
também disse, para que todos ouvissem, que você também amou.
Reconheço que, apesar de tudo, aquele não era o meu melhor
momento. Não sei por que, fui menos do que poderia. Mas me escorava em você,
naquele momento difícil, para me manter em pé. Você não sabe o quanto isso foi
importante. E o quanto você foi importante.
Temi meu primeiro tombo. Achei que fosse te perder – naquele
momento, você já era muito mais do que eu. Tudo conspirava para que você me
deixasse. E eu entenderia, não guardaria mágoas. Mas você foi diferente. Jurou
fidelidade, jurou lealdade. “Estamos juntos”, você dizia. Ah, quanta esperança
isso me dava! Você me havia ganhado.
Por mais que aquele tombo me houvesse ferido, consegui
começar a me reerguer, pouco a pouco. E te ver ali, no lugar de sempre, com as
mesmas atitudes de sempre, me revigorava. Renovava meus ânimos. Sabia que, nos
piores momentos, estaríamos juntos. E nos recuperaríamos para nunca mais
esquecermos um do outro.
Até que me falaram. Não quis acreditar a princípio, preferi manter um mínimo de esperança de ouvir da tua boca que tudo aquilo era mentira. Não sei por que, você preferiu não dizer. Quero pensar que o fizeste porque também sofrias, e não por covardia. Mas ler tuas palavras me feriu como se um gancho me rasgasse o peito, abrindo um corte de fora a fora que jamais seria cicatrizado. Você disse que amou. Me desculpa, você nunca amou. Reconheço minhas falhas, mas nunca vou abrir mão das minhas crenças: quem ama não abandona. E você me estava abandonando.
Ainda incrédulo, te vi partir. Crente de que te arrependeria ao passar da primeira hora. Mas você se foi. E horas depois te vi com outro. Com fotos, e gestos, e promessas iguaizinhas às que, eu pensei, fossem apenas para mim.
Até que me falaram. Não quis acreditar a princípio, preferi manter um mínimo de esperança de ouvir da tua boca que tudo aquilo era mentira. Não sei por que, você preferiu não dizer. Quero pensar que o fizeste porque também sofrias, e não por covardia. Mas ler tuas palavras me feriu como se um gancho me rasgasse o peito, abrindo um corte de fora a fora que jamais seria cicatrizado. Você disse que amou. Me desculpa, você nunca amou. Reconheço minhas falhas, mas nunca vou abrir mão das minhas crenças: quem ama não abandona. E você me estava abandonando.
Ainda incrédulo, te vi partir. Crente de que te arrependeria ao passar da primeira hora. Mas você se foi. E horas depois te vi com outro. Com fotos, e gestos, e promessas iguaizinhas às que, eu pensei, fossem apenas para mim.
Tenho vergonha em dizer que às vezes torço pelo teu fracasso e maldigo teu sotaque, tua cultura, tua terra. Liga não,
é apenas a dor da perda. Se te odeio é porque esse amor mal correspondido dói.
Se não te amasse, não ligaria para você. Não veria tuas novas mensagens de
amor, tuas publicações embebidas de esperança e insegurança, vivendo esse suposto novo amor que acabou de
começar.
Um dia passa, como já passou outras vezes, e eu talvez perceba que tenha apenas te supervalorizado. E lembre com carinho de você, vibre com tuas futuras vitórias.
Um dia passa, como já passou outras vezes, e eu talvez perceba que tenha apenas te supervalorizado. E lembre com carinho de você, vibre com tuas futuras vitórias.
Ah, Hernán Barcos. Você não tinha esse direito de deixar o
Palmeiras.
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