Tentando reviver este espaço, aproveitando a rara folga e o clima de Copa do Mundo, vamos tentar entender a lógica do comercial da Hyundai, que bombardeia o tal do “Tcha Tcha” na nossa cabeça a cada instante – falo isso quando uma redação inteira começa a repetir o maldito “Tcha Tcha” a todo o momento.
Não sou publicitário e nem tenho cacife para comentar sobre o caso, mas... cá entre nós? A Copa do Mundo inspira tantos comerciais bacanas –como os de Nike, Pepsi e Ekol com o desespero para cortar o pelo argentino – e me vem uma multinacional com um inovador... Tcha Tcha.
Sim, a droga do slogan realmente fica na cabeça. Mas... poxa vida, não tinha maneira mais legal de se fazer um comercial? A começar pelo fato de como começa a saga: um tiozinho que mais parece o Cléber Machado depois da feijoada jogadão na poltrona em uma sala escura tira motivação do nada para não apenas levantar os braços, como saltar do sofá e pular como um idiota e gritar “Tcha Tcha”.
O gesto do gordinho realmente motivou o universo a se unir em torno do Tcha Tcha. Pessoas em ruas da Europa, provavelmente nos Estados Unidos e até em algum deserto deixam seus camelos de lado para sacudirem a roupitcha branca com os braços esticados a troco... de nada! Eles, certamente, não estavam vendo algum jogo e comemoravam algum gol.
O que mais me chama a atenção (após a cena do gordinho, claro) é o nível de ânimo de uma moça vestida com a camisa do Brasil e uma calça preta na metade do comercial, no canto direito da tela. Ela é a pessoa que mais expressa vergonha alheia naquele filme. Aí, para terminar de vez com essa palhaçada, um meteoro da Hyundai cai do céu, é perseguido por vários molequinhos doentes e une o mundo inteiro em turno do quê? Do “Tcha Tcha”!
Acho que há poucas maneiras mais eficientes de queimar o filme de uma empresa do que com o Tcha Tcha. Se eles resolvessem fazer o nível 1 da publicidade exibindo o logotipo da empresa por 30s o impacto seria mais positivo. Ou então... sei lá. Será que eles não teriam o contato do gênio do “Quer pagar quanto?”. Sairia mais barato, imagino...
A saga do Tcha Tcha vai se confudir com a série de pataquadas que virá em breve nas coberturas e transmissões da Copa do Mundo. O narrador e o comentarista do Sportv que cansaram de chamar o Van Persie de “Fan Pierce” no amistoso contra o México não contam...
De qualquer maneira, veja o lado bom do comercial da Hyundai. Provavelmente, quando estiver alcoolizado durante a estreia do Brasil na Copa do Mundo, eu me lembre de erguer os braços para o alto e gritar Tcha Tcha, parecendo um H saltitante como todas as figuras daquele comercial.
Taí. Talvez seja essa a intenção dos sul-coreanos. Só falharam em deixar o tema de “Um jeito novo de torcer na Copa do Mundo; vibre com a Hyundai” para “Um jeito novo de ser um mala na Copa do Mundo; fique de porre com a Hyundai”.
3 comentários:
Esclarecedor e divertido.
Suspeitei que fosse uma sugestão para imitar um "H". Poxa, criativo paca, né?
Mas, olha, os outros comerciais da marca não são menos insulto à inteligência.
Alguém se convence com aqueles testemunhais com aqueles bobos-alegres (Tucson) ou com aquele outro que devia ser denunciado pela sociedade protetora dos animais (I30)?
Ressalva à do Vera Cruz, que não contém esses elementos indigestos e é até que esteticamente bonito. Só faz um plagiozinho do comercial do Ecosport.
Ah, e a do Azera, com uma certa plasticidade e frieza, sacadas bonitas das ondulações no café e no asfalto, locução-padrão, mas... ô carrão sem personalidade!
hi, blogwalking here. nice blog
Não curti o "Tchá-Tchá", mas o comercial da Dicico é o mais legal da história das Copas!
Fala sério, não dá para não ficar animado ao ouvir aquela musiquinha! Nem entrando às 6h todo dia, como eu. Hehehe.
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