terça-feira, 31 de outubro de 2006

Pra ninguém me acordar

Pelo mundo afora, dá pra encontrar um monte de significados concretos e subjetivos, cunhos vernáculos e definições mistas pra um sonho: experiência da imaginação, REM, viagem da alma, alguma coisa que você deseja muito... e por aí vai. Isso não interessa; o empiricismo que acaba justificando o que rola à noite. Ou de dia. Ou o tempo todo, dependendo da pessoa.
Ontem, eu cheguei em casa à noite. Coloquei um dvd no computador e comecei a assistir ao filme. Era um filme legal, era sim. Mas acabei dormindo deitado [que bom!] no chão do meu quarto, logo na metade da história. Foi bem chato, porque o filme era bastante interessante. Mas acho que eu acabei dormindo porque o sonho queria porque queria sair. Depois eu acordei com o telefone tocando.
Oi, aqui é do RH da Fundação, meu nome é Daniela e eu queria falar que você foi aprovado no nosso processo seletivo. Sim, e você começa no dia 29 de dezembro. Pode ser? Ótimo. Obrigada, até logo.
No sonho, eu gritei. Um porra bem alto, decidido. Estridente. Acho que gritei tão alto no sonho que o barulho fez eu perceber que eu tava no chão do meu quarto, deitado e dormindo. Não sabia o que era real ou o que era sonho. Depois de dois minutos, quando vi que o programa de dvd ainda estava ligado, assim como o computador e o monitor, percebi que tudo era sonho. É, acontece. Mas é ruim quando você sonha que tá sonhando. Sempre acontece isso, e não é lá muito legal.
Depois, bem acordado, peguei o telefone. Do mesmo modo que ontem, liguei. 0 - 15 - 19... e antes do telefone começar a dar sinal de linha, eu já sentia aquela sensação bem desagradável que eu sentia sempre que ligava para uma garota por quem eu era apaixonado. O coração descia para o estômago. Ou o cérebro descia para o coração. Alguma coisa bem tosca assim que não tem muita explicação. O fato é que eu não sentia isso há quase um ano. Não porque cresci e aprendi a controlar a situação, mas é que não liguei para mais ninguém. Não liguei em nenhum sentido, se é que cabe justificativa.
Quando finalmente o meu ídolo de infância atendeu, aconteceu a mesma coisa que acontecia com as garotas. A voz se precipitava, eu não sabia muito o que falar. Tudo bem, semana que vem.
Segunda-feira, provavelmente. Vou realizar meu sonho de infância. Duas vezes.
E, se tudo der certo, vou começar a pôr em prática meu sonho profissional na própria segunda-feira.
E se tudo der certo na segunda-feira, meu sonho financeiro entra em ação.
E aí, se tudo der certo, vai ser uma das primeiras vezes em que algum sonho pensado antes vai dar certo. E eu aposto tanto que isso será um up na minha auto-estima que eu vou me sentir bem o bastante pra correr atrás de todos os meus sonhos pessoais.
É torcer pra dar certo. E pra ninguém me acordar.

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