domingo, 29 de abril de 2012

Prefácio de um livro inexistente

Quando percebi que era você que eu queria para mim durante os próximos dois, cinco ou 50 anos, talvez 70, senti que, mais do que nunca, deveria escrever. Não sabia se as minhas crônicas pueris seriam o suficiente para nós, então deixei de lado a minha aspiração a cronista. Passei a escrever e-mails, mensagens de celular, conversas pela internet...

Hoje, no entanto, acordei com a certeza de que toda essa minha escrita simples e pessoal com você nos últimos intensos e insanos dias não eram mais o bastante. E nem o suficiente. Hoje, em uma manhã fria de domingo, com um bloco virgem e uma caneta nova, decidi que escreveria um livro sobre nós. Um livro para que eu leia daqui uns dois, cinco, 50 ou talvez 70 anos e me recorde de você.

Ou para que eu tenha a certeza de que eu ainda não me esqueci de você, não sei. Até porque, como eu já lhe tinha falado uma ou 100 vezes, não dá para levar uma vida normal depois de ver o seu sorriso iluminar o meu mundo.

Antes que eu esqueça, queria te falar uma coisa: mudei a estrutura do nosso livro. O prefácio não será a nossa pré-história (ou seja, a nossa história antes do primeiro encontro). E ah, esse livro terá um fim, como já se sabe (e não será, como havíamos combinado antes, um relato que seria concluído apenas por nossos filhos).

Espero que não se importe de ver a nossa história exposta aqui, assim tão real, aos olhos de tanta gente. E espero que, assim como eu, ainda guarde lembranças boas de nossa vida juntos.

Sinceramente e com carinho;